Letícia Moreira
2 min readJul 31, 2021

Te fotografei em poesia

Tua memoria, despretensiosamente bateu a minha porta. E eu tola… Abri. Enxerguei sem titubear teus olhos, examinando atentamente cada milimetro, nao podia dizer que não gostava… sobretudo te demoravas mais nos meus olhos… E eu estendia o pano com cuidado pra que sentasses demorando o tempo que quisesse, porque procurando as respostas nas palma das tuas mãos,os relógios não passavam de invenções, detalhes superfulos.

A memoria veio de repente como um rio desaguando com toda sua performance ensaiada. A gente no ônibus, tu cuidando do que era meu como se a partir dali fosse teu também, a analise minuciosa que fazias do meu jeito de fumar, as risadas abafadas no meio da noite, teu cabelo bagunçado e teu cheirinho doce de lavanda. No meio da madrugada, num tempo Perdido. Quase 3 anos. Tua lembrança segue sendo luz num tempo onde respirar

custava caro

O verde acaricia tudo em velido, com suavidade. Teus olhos seguem vivo, e tua lembrança perpassa a madrugada e vira poesia…

A saudades dança um blues e canta rouco quase desafinando, te mantendo aqui guardada, fixa. O beijo no caro, todo receio contido nesse pequeno ato.. tu dançando com ele no colo, andando de mãos dadas toda presidente vargas…

A saudades canta baixinho em blues, se transformando numa madrugada de quinta em não mais que uma vã visita, me lembrando que lavanda ainda é suave…. Te fotografando em poesia

Letícia Moreira

Artista de alma livre, sonhadora. Escreve no fazia poesia